Estudo não inclui o Ceará entre os 10 estados propícios ao cultivo de banana
Por: Beth Rebouças
O Ceará ficou fora dos estados em que o estudo de risco climático do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, publicado na edição desta sexta-feira, 8, no Diário Oficial da União (DOU), indica que tem as condições mais favoráveis para o plantio da banana no país. De acordo com o trabalho, 10 estados estão aptos para o cultivo. São eles: Rio Grande do Sul, Acre, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rondônia, Espírito Santo, Maranhão e Piauí.
A bananeira, tipicamente tropical, exige calor constante, com temperatura ideal entre 26ºC e 28ºC. Abaixo de 15ºC, a atividade da planta é paralisada e, acima dos 35ºC, o desenvolvimento é reduzido principalmente por conta da desidratação dos tecidos, em especial das folhas.
A cultura necessita de chuvas bem distribuídas ao longo do ano e de bastante umidade para o seu pleno desenvolvimento e produção. A média deve estar em 1.200 mm por ano, com as maiores produções associadas a uma precipitação total anual de 1.900 mm. A falta ou baixa ocorrência de chuvas prejudicam a cultura, especialmente nas fases de diferenciação floral e início da frutificação.
Períodos para o plantio
O estudo também informa os períodos de plantio ideais para a bananeira. Em terrenos onde há irrigação, o período recomendado é de 1º de janeiro a 31 de dezembro para todos os estados. Para o cultivo de sequeiro, onde a umidade é menor, as orientações são distintas para alguns estados. No Rio Grande do Sul, a indicação é que o cultivo ocorra entre 1º de fevereiro e 31 de agosto. No Acre, em Rondônia e no Espírito Santo, entre 1º de outubro e 31 de janeiro. No Mato Grosso do Sul, entre 1º de novembro e 31 de janeiro. No Mato Grosso, entre 31 de novembro e 31 de janeiro. No Paraná, entre 1º de outubro e 28 de fevereiro. Para o Distrito Federal, a orientação é apenas para cultivo irrigado, com o período (1º de janeiro a 31 de dezembro) indicado também, em termos gerais, para o Maranhão e o Piauí.
Ceará consume banana importada
Recente trabalho realizado por PHDs da UFC e Embrapa, João Adriano Lopes Custódio, Lúcia Maria Ramos Silva, Ahmad Saeed Khan e Lucas Antônio de Sousa Leite indica que apesar da importância da banana para o Ceará, existe deficiência de informações quanto ao desempenho desta cultura para o agronegócio no Estado. Eles verificaram que os produtores utilizam tecnologias atrasadas, recebem pouca assistência técnica, têm pequena disponibilidade de crédito, são desarticulados do mercado e, portanto, têm pouco poder de barganha na comercialização do seu produto, que, na maioria, é repassado ao atravessador. Constataram também que parte considerável da banana comercializada no Ceará é importada de outros estados.
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