s opiniões de dois especialistas pautaram hoje (18) a reunião da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, que analisa o Plano Nacional de Educação (PNE) apresentado pelo governo. Os pesquisadores José Francisco Soares, do Grupo de Avaliação e Medidas Educacionais da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e Simon Schwarstman, do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade do Rio de Janeiro fizeram criticas contundentes à política educacional brasileira e apresentaram propostas de mudança.
José Francisco Soares apresentou números que mostram que o Brasil ainda se encontra muito distante de outros países no que diz respeito à qualidade do ensino. Para ele, a escola brasileira não é atraente. É preciso "mudar a nossa base educacional, precisamos de uma base diversificada e racional que incentive o aluno”.
O pesquisador Simon Schwarstman concentrou as críticas ao ensino médio brasileiro e apontou alguns dados que comprovam a ineficiência educacional do país. Dos alunos entre 15 e 17 anos, 33% estão atrasados, 15% abandonaram a escola e 35% estão acima da idade adequada para o ano que cursam. Além disso, Schwarstman apontou problemas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ao afirmar que “o problema do exame é obrigar todos os alunos a fazer a mesma coisa. O que deveríamos fazer era especializar a prova e dar a chance ao aluno de colocar em prática aquilo que lhe interessa, e não o contrário”.
O deputado federal Artur Bruno (PT-CE) saiu em defesa doi Enem. “Se compararmos o Enem com os atuais vestibulares, principalmente das instituições privadas, que são um verdadeiro massacre, podemos afirmar que tivemos melhoras, inclusive, adotando uma visão de interdependência entre as matérias estudadas no ensino médio”.
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