A familiaridade é tanta que às vezes nos esquecemos dos perigos que espreitam à porta de nossa casa (ainda que virtual). Depois de mais de 20 anos da expansão da Internet no Brasil, hoje dificilmente se consegue imaginar a vida desconectado. O mundo virtual está tão impregnado na nossa rotina que acabamos por minimizar os riscos reais que ele pode trazer. É para lembrar dessas ameaças que desde 2003 acontece anualmente o Dia Mundial da Internet Segura, que desta vez será celebrado na próxima terça-feira, dia 8.
O POVO se antecipa e traz para hoje a discussão, que une mais de 65 países na rede Insafe (entre eles o Brasil), e tem como principal objetivo conscientizar internautas para o uso responsável da rede. Afinal de contas, você zela pela sua segurança enquanto navega pela Internet?
“Antes de qualquer coisa é preciso deixar claro que a Internet é um ambiente seguro, desde que você tenha informação e use as ferramentas corretas para se proteger. O problema da Internet não é falta de segurança é falta de informação do usuário”, afirma Marcela Macedo, advogada especialista em Direito Digital e Marketing Legal e coordenadora do Movimento Criança Mais Segura na Internet, em entrevista ao O POVO.
Para a especialista, a adoção de algumas medidas simples e de hábitos cuidadosos é suficiente para que o internauta se livre dos perigos. Entre essas medidas, ela aponta algumas que quase todo mundo sabe de cor -mas que nem sempre leva a cabo. Atitudes como evitar compartilhar informações sigilosas em máquinas de uso coletivo, como em lanhouses; manter antivírus atualizado e ativo em seus computadores pessoais, não cair na tentação de abrir arquivos anexados em emails de desconhecidos. O básico do básico, mas que é sistematicamente negligenciado por muitos internautas.
“É isso que provoca o perigo da Internet. E somos nós que temos que estar atentos”, argumenta Marcela. “A gente está vivendo um tempo de má educação digital. O que é isso? Existe um número expressivo de pessoas que usa o conhecimento da tecnologia para fazer o mal. E nós, sabendo disso, temos que nos antecipar e não fornecer ferramentas para sermos atingidos por esse mal”.
Terror
Parece até diálogo de filme de terror. Mas não é e faz todo sentido quando a advogada exemplifica as brechas que os próprios usuários da Internet deixam para serem vítimas de golpes.
“Todos vivemos em redes sociais hoje, isso é um fato. Agora, outra coisa é eu disponibilizar todos as minhas informações pessoais nas redes. Para que eu postar onde eu estudo? Mostrar a minha rotina? O tamanho da sala da minha casa? Se tem piscina ou não no meu jardim? Dizer que horas eu saio e eu chego em casa? Para que tanta exposição? Para ajudar quem quer fazer o mal?”, provoca Marcela. “Na realidade, muita gente está tendo problema com a própria segurança. Independente de ser em plataformas reais ou virtuais”, arremata.
Ela reforça que vários crimes reais estão acontecendo a partir das facilidades propiciadas por internautas. Desde casos de sequestros, assaltos - “Muitas pessoas colocam seus endereços nas redes sociais. Para quê?, eu pergunto”, pontua Marcela -até acesso a dados bancários através de vírus instalados no computador por falsos emails.
“Todos os dias recebemos dezenas de emails que são muito provavelmente vírus. Para que abri-los? Para que cair na tentação de baixar seus anexos? É esse tipo de comportamento que nos fragiliza e não podemos culpar a Internet por isso”, pontua.
O quê?
ENTENDA A NOTÍCIA
O Dia Mundial da Internet Segura (“Safer Internet Day”, em inglês) é uma iniciativa que mobiliza 65 países de todo o mundo. A ideia surgiu em 2003, por iniciativa da Comissão Européia, a partir da rede Insafe
FONTE: O POVO
Nenhum comentário:
Postar um comentário